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Nov '09

Combater a tuberculose através da acção ambiental

Combater a tuberculose através da acção ambiental

O papel fundamental desempenhado pelos factores ambientais nas elevadas taxas da tuberculose em África foi o foco do evento paralelo durante a Terceira Conferência Interministerial sobre Saúde e Meio Ambiente em África, que decorre hoje, 8 de Novembro, em Libreville, no Gabão.

A tuberculose é a principal causa mundial de morte por um único agente infeccioso, logo a seguir ao VIH/SIDA. Como o fardo mais pesado recai nas pessoas mais pobres e mais vulneráveis do mundo, a doença agrava as desigualdades existentes. Um quarto de todos os casos ocorre em África, embora o continente represente apenas 15% da população mundial. No entanto, 42% das mortes estimadas por tuberculose a nível mundial registam-se nesta Região.

A tuberculose propaga-se facilmente em domicílios lotados e mal ventilados, como costuma acontecer em cidades em rápido crescimento em África, onde as favelas são comuns”, disse Farai Mavhunga, Oficial Médico da OMS para África “Sem medidas adequadas para evitar a progagação da infecção, as unidades de saúde, os locais de trabalho, os transportes públicos e as prisões podem também facilitar a transmissão da tuberculose”

Durante o evento paralelo organizado pela OMS, os delegados, nomeadamente,  responsáveis do governo e peritos da área do meio ambiente e da saúde, analisaram uma série de factores ambientais e o papel da mineração na epidemia de tuberculose no continente. Muitas dezenas de milhares de mineiros desenvolveram silicose, uma doença mortal associada à tuberculose que se desenvolve com a inalação de pó de sílica que se liberta durante a perfuração.

A Estratégia da OMS para Pôr Fim à Tuberculose, acordada pelos governos em 2014, estabeleceu metas ambiciosas para acabar com a epidemia de tuberculose a nível mundial, visando reduzir as mortes até 95% e os novos casos da doença até 90% entre 2015 e 2035.

A Declaração de Libreville sobre Saúde e Meio Ambiente em África reconheceu os riscos para a saúde provenientes da degradação ambiental, muitas vezes desencadeados pelo desejo de um rápido progresso económico. Durante a conferência interministerial em Libreville os delegados estão a trabalhar num plano estratégico de acção para iniciativas conjuntas nas áreas da saúde e do meio ambiente.